Urubulando

  Tem aquela famosa frase de Nelson Rodrigues "... A camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável". Ontem foi um desses dias. Mas antes que caiamos na vala comum da maioria das análises rastaqueras me permita dizer que o jogo ontem poderia ter sido sim um 5x4 ou 6x3, sempre para o Flamengo. De fato aquela trave do setor norte tinha pelo menos uns 40 milhões de rubro-negros a movê-la com a força do pensamento de acordo com nossas necessidades. Um fenômeno metafísico que qualquer cientista das teorias dos fenômenos extra corpóreos talvez queira investigar. A trave se abaixava, se movia para um lado e para o outro, diminuía de tamanho, só não viu quem for muito descrente do poder da magia transcendente rubro-negra. Dito isso vamos falar de futebol. Claro que nas mesas redondas falarão muito dos gols "perdidos" pelo Grêmio, daquela bola duplamente na trave et cetera. Mas sem muita paixão tivemos um bom jogo, pelo menos até onde o pasto da fazenda transformado em ca

Muito chato o mimimi da parte da torcida sempre insatisfeita com tudo que não sejam exibições exuberantes acompanhadas de placares dilatados. Tem sempre os de mal com a vida que nunca estarão satisfeitos.  Num espaço de 8 dias eliminamos o Fluminense apontado pela mídia como a quintessência da arte do futebol mágico do Dinizismo, isso sem sofrermos, despachamos o Vasco em 45 minutos, mas os insatisfeitos queriam um 8x0 que nunca ocorreu na história dos clássicos, e ganhamos do Racing, praticamente garantindo a classificação para as oitavas da Liberta pela 6a vez consecutiva, ainda tem gente resmungando feito tia solterona em festa de família. No jogo de ontem tivemos um adversário duro e bem organizado, "ah! mas estão em 17o no argentino", acontece meu caro pé no saco que é comum os times argentinos meio que abandonarem o campeonato local em troca da libertadores. O fato é que o Racing jogando aqui no Brasileiro facilmente estaria entre os Top 10. O time está em evolução e a

  Hoje é dia de encarar nossa baranga de fé, e tratarmos tudo sem palhaçadinha, e levarmos para casa tres pontos protocolares. O problema é só que entramos absurdamente como favoritos. Na verdade sempre somos favoritos desde 1922. Aliás poucos sabem mas o primeiro título do Vasco foi exatamente na série B do Carioca. Mas mesmo depois de 399 jogos, com 156 vitórias nossas, 132 deles e 111 empates, e claro, humilhantes 543 x 513 gols, e 37 x 24 em títulos estaduais, mas desta vez até eles acreditam que nós somos favoritos. Dá para prever um jogo muito mais brigado do que jogado.  Barbieri se agarrando a sua cadeira, certamente entrará no esquema 5-5-0 especulando uma bola parada ou um contra-ataque. Provavelmente iremos sem Léo e sem Gabriel. Mas a vitória para o Flamengo é fundamental para nos mantermos no bolo dos primeiros, deixar o moral elevado para quinta, e claro que satisfatoriamente mantermos nossa baranga de fé nas profundezas do Z4. Nos mantendo no bolo de cima, e contando com

  Da mesma forma que temos um hábito bem chato de ressuscitar defuntos, nunca, e toda arco-íris, torcida e imprensa ainda não aprenderam, nunca mesmo deem o Flamengo como derrotado antes da hora.  Toda Nação tem inúmeras histórias de superação dessa camisa, inclusive com times bem fracos, e heróis improváveis.  "Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte:- quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará à camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável." - Nelson Rodrigues (tricolor) Decretar a morte desse time recheado de ótimos jogadores é, e sempre será no mínimo uma temer