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FLAMENGO X ATLÉTICO-MG 1980 -

FLAMENGO X ATLÉTICO-MG 1980 

 

Sobre essa rivalidade artifical de mão única envolvendo FLAMENGO  e Atlético Mineiro, muito conhecido também como Peter CAM, resolvi escrever um pouco para ficar para a história. 

 

 

Vamos primeiro falar da final do Brasileiro de 1980 que veio a ser o primeiro dos oitos títulos brasileiros do MENGÃO. 

 

É fato que o time do Atlético era um bom time, reconhecido por isso, mas ao mesmo tempo, desde 1977 quando perdeu uma final em casa para o São Paulo era também conhecido como um time que não alisava e apelava muito para a violência, como se dizia na época, um time caceteiro. O meio e campo deles tinha um açougueiro chamado Chicão, e mesmo o chorãozinho Toninho Cerezo era muitas vezes carniceiro igualmente. Sem falar que mesmo os craques do time, Reinaldo e Palhinha não eram por assim dizer primores de lealdade nos lances. 

 

A arbitragem da época sempre foi muito mais complacente com a violência em campo. E aquele Atlético usava muito desse recurso. Éder, Palhinha, Chicão eram famosos nesse sentido. Podem procurar na internet vídeos e textos sobre isso. 

 

Palhinha deu uma entrada tão forte em Rondinelli no jogo da ida em 1980, que o zagueiro rubro-negro bateu a cabeça na trave e quebrou o maxilar. O Deus da Raça ficou de fora do jogo da volta. Júnior também foi agredido pelos atleticanos. Ninguém foi expulso. 

 




Na imagem não fica tão claro mas lá no final tem um reportagem com o Rondineli e pesquisando se acha informações dos jornais da época. 

 

 

 

A volta foi um show de horrores. Habituados com a tradicional boa vontade de José de Assis Aragão com o Atlético (os cruzeirenses o chamavam de Aragalo), os atleticanos testaram os limites do juiz até onde foi possível e ficaram à vontade pra praticar sua catimba e intimidação. Houve um rodízio de faltas. Aos 20'do 1°T, Chicão dá uma alavanca por trás em Zico. Menos de 1 minuto depois Cerezo dá um carrinho por trás em Zico. Três minutos depois, aos 23', o mesmo Chicão da falta anterior dá outra entrada duríssima em Zico e só então recebe o cartão amarelo. Ou seja, são 23 minutos do 1T e já era pro Atlético estar com um a menos. 

 








Aos 8' do 2°T, um lance curioso. Zico ia ficar cara a cara com o goleiro mas é parado com falta, mais uma vez. Zico bate a falta, a barreira anda, juiz manda voltar e bota a mão no bolso para amarelar Cerezo, mas lembra que ele já tem amarelo e desiste. Cerezo sai de fininho. Os jogadores formam uma barreira pro juiz não chegar até Cerezo. Segundo jogador do Galo que se salva do vermelho. Depois de dois minutos reclamando sem parar na cabeça do juiz, Reinaldo finalmente leva o cartão amarelo. Os atleticanos estavam muito à vontade pra testar os limites da arbitragem. A falta aconteceu aos 7' e só foi batida aos 10'  (a barreira andou novamente) 

 






Aos 11' uma cotovelada de leve no Tita. Sem cartão amarelo, obviamente. Luisinho do Atlético-MG se lesiona e tem de ser substituído por Geraldo, que na sua primeira jogada, aos 13', dá um carrinho violento por trás em Júlio César. Uma jogada que era pra ser vermelho direto não rendeu nem amarelo. Terceiro jogador do Atlético-MG salvo de expulsão. 

 






O show do Reinaldo. Ele havia tido um estiramento aos 10' e estava só fazendo número pois o Atlético-MG já havia feito as três alterações. Lembrem-se que ele havia levado um cartão amarelo para salvar o Cerezo de ser expulso. Nesse momento o jogo estava empatado, dando o título ao Galo. Marinho tenta bater um impedimento, mas Reinaldo para na frente da bola, toma ela do Marinho, se recusa a devolver e depois tenta chutar pra longe. Como já tinha amarelo, o juiz dessa vez não tem escolha e o expulsa. 

 



Aí vira um show de horrores de catimba. Assim que leva o vermelho, Reinaldo desaba no chão, fingindo sentir dor. Entra um funcionário do Galo e manda ele ficar caído. Aí entra o técnico, presidente e toda a comissão técnica e a confusão se instala, objetivo era  esfriar o jogo e ganhar preciosos minutos. O resultado favorecia o Atlético que iria fazer de tudo pro tempo passar e não deixar a bola rolar. O futebol de catimba era a especialidade desse time. O jogo recomeça depois de uma longa paralisação e o Atlético continua com o seu jogo de violência e intimidação.  Mais um carrinho por trás no Zico mas ele toca de primeira e consegue escapar. Um minuto depois, Júlio César tenta se livrar dos botinudos atleticanos. Nesse lance ele dribla o primeiro, escapa de um chute do segundo e toma um pontapé do terceiro. Mais uma vez, nem amarelo. Reparem que os lances são na sequência, com diferença de poucos minutos. 

 






Na cobrança dessa falta, mais uma vez a barreira anda, o juiz manda voltar, a barreira anda novamente, mas agora não teve ameaça de cartão pro Cerezo e nem pra ninguém. A estratégia é clara, testar os limites do juiz.  

 


Após o terceiro gol do Flamengo, os atleticanos perderam a cabeça de vez. Nesse lance, Silvestre dá um soco na cabeça de Júlio César e, mais uma vez, inacreditavelmente, não levou nem um cartão amarelo, nem uma advertência, nada. 

 

Menos de um minuto depois, Geraldo, aquele que já era pra ter sido expulso lá atrás, dá dois socos e um chute no Zico. Mais uma vez, nada de advertência. 

 


O repórter de campo relata que o massagista do Atlético entrou em campo pra xingar o Zico. Perdendo o jogo e com um a menos, o descontrole do time atleticano é total nesse momento. 

 

Poucos minutos depois, Andrade leva uma falta e enquanto estava no chão, o zagueiro Osmar acerta um soco na cabeça do rubro-negro. A imagem não parece clara, mas o repórter da Band relata que viu o soco e Andrade fica realmente nervoso prometendo revidar. 

 


Passados os 45 minutos e com a vaca já indo pro brejo, Chicão dá um chute no Tita e, finalmente, depois de ter batido o jogo todo, é expulso. Logo depois, Palhinha confronta o juiz e também toma o vermelho. 

 

Pra finalizar, Palhinha chuta a bola pro meio da confusão, puxa o braço do juiz, xinga ele de alguma coisa e é expulso. O único problema dessas expulsões é que elas aconteceram quando o jogo já tinha praticamente terminado. Deveriam ter acontecido muito antes. 

 











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