Existe um esforço coletivo entre flamenguistas em “manter a humildade”. É bonito de ver, quase uma campanha humanitária. Mas a verdade é que o Flamengo de Filipe Luís não ajuda em nada nessa tarefa. É como pedir para um milionário andar de ônibus só para parecer gente como a gente.
Estatística ou videogame?
Mais de 60 jogos e apenas 6 derrotas. Três títulos em quatro disputados. O tipo de currículo que faria um estagiário de redes sociais dos rivais repensar a profissão.
No Brasileiro de 2025, o cenário é ainda mais cruel: 44 gols em 20 jogos e apenas 9 sofridos. Saldo de +35 gols, que não é só maior que o de qualquer outro time: é maior que o ataque inteiro do segundo melhor ataque da competição. O saldo virou artilheiro.
E quando se fala em goleada, é quase bullying: quatro até agora. Isso porque ninguém mais conseguiu repetir nem duas. Ah, e tem a maior goleada da história dos pontos corridos. O Flamengo não só ganha — ele reescreve o livro de recordes.
A defesa que virou tediosa
Oito jogos sem sofrer um gol. Só em uma partida o adversário conseguiu marcar dois. É o tipo de defesa que transforma o goleiro em espectador privilegiado e os zagueiros em candidatos a cronistas.
Se a coisa continuar assim, daqui a pouco o Maracanã vai distribuir sudoku para a linha defensiva se manter ocupada durante os 90 minutos.
Posse de bola ou posse de tudo?
A posse média é de 60%. Isso significa que, em boa parte do tempo, o rival não participa de um jogo de futebol, mas de uma clínica coletiva de meditação guiada: observa a bola passando de vermelho para vermelho, respira fundo e aceita que nada pode ser feito.
No meio disso tudo, a torcida faz a parte dela — em casa e fora, o Flamengo é fenômeno de público. Afinal, é mais seguro apostar na previsibilidade de um bom espetáculo do que na instabilidade das companhias aéreas.
A moral da história
E assim seguimos, com rubro-negros tentando explicar que não são arrogantes, apenas vítimas das circunstâncias. Porque, no fundo, a única frase honesta que resta é:
“Eu até tento ser humilde, mas o Flamengo não deixa.”
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