Depois da desastrada arbitragem do jogo Vasco x Fluminense voltou a velha discussão da profissionalização da arbitragem.
Vejo muito essa discussão de profissionalização da arbitragem e apesar de ser a favor sem muita convicção, não acho que essa seja a solução milagrosa do problema.
Acho que as regras do futebol e a mecânica de arbitragem influenciam muito nos erros que acontecem. E isso tem muito mais a ver com a resistência da Fifa em modernizar a arbitragem, bem como nesse falácia de que a discussão é que gera a paixão. Conheço muita gente que parou ou quase não consome mais futebol exatamente por conta das polêmicas. Por outro lado acho que a forma de atuar das arbitragens e as regras tendem a favorecer um nivelamento do futebol por baixo o que é interessante para os negócio$ globais.
De cara lanço um pergunta. Porque num jogo de basquete que tem uma quadra de cerca de 420 m2 se usam tres árbitros e no futebol com uma área de mais de 6.000 m2 tem uma única pessoa para assumir tudo? Para que servem aqueles dois bonecos de posto que ficam atrás da linha de fundo? Porque os bandeirinhas não tem poder de marcar efetivamente aquilo que vem, e ficam sempre a mercê do juiz e correm o risco de serem envergonhados por ele ao não aceitar a marcação.
Por outra a pressão exercida em cima de um só torna este muito mais susceptível ao erro por conta do emocional.
Tenho certeza que tudo melhoraria e muito se tivéssemos os 5 juízes com poderes para decidir efetivamente sobre os lances. Inclusive com uma troca constante de posição entre eles como acontece no basquete. Erros continuariam a ocorrer, sim, mas em número menor e acabaria-se com essa desculpa de que o juiz não marcou porque não viu, porque o ângulo não era bom.
Uma outra coisa que para todos creio que seja uma forma de melhorar seria o uso de tecnologia. Ora bolas, se nem todo jogo tem condições, use-se nos campeonatos que tenham. Rever lances seria o ideal. O método do Futebol Americano é bem interessante ao permitir que um time faça um certo número de desafios a arbitragem que se não comprovados fazem o time ser punido com a perda de um pedido de tempo. Isso inibe contestações bobas, mas permite que jogadas cruciais possam ser revistas e evitados erros.
E mesmo alguns lances capitais são sempre revistos pelos próprios árbitros independente de contestações. Bem o exemplo dos caras, claro entre outras coisas, permite cobrar ingressos de US$ 6.000 nas finais e já estarem com todos os ingressos vendidos para os próximos cinco anos.
Por último na regra do futebol tinha que acabar com essa de juiz interpretar o que o cara tinha na cabeça. Isso só existe em futebol. Ou as coisas acontecem ou não acontecem. No caso dos penaltis a moda mais nova, repetida a exaustão pelos comentaristas de TV, inclusive pelo Gaciba e pelo Lédio nesse jogo em especial, é que não sabiam se o braço do Dede teria sido suficiente para derrubar o Fred. Ora bolas como saber isso? Simplesmente deveria ser, segurou, penalti, se o cara vai cair ou não vai não interessa. O mais interessante foi ver os dois defendendo que o penalti não foi marcado porque o Fred resolveu não cair. Ou só cair depois. Quando o cara cai comentam que o cara cai demais, se joga.
Bola na mão, como saber se o sujeito tinha a intenção de meter a mão na bola ou não, impossível. Está com os braços abertos, bateu na mão, desviou a trajetória, marca a infração.
Essa de interpretação tem que acabar.
Penso que com essas e mais algumas mudanças a coisa melhoraria muito.
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