Perde o Flamengo, mas a vida segue (mesmo que sem “Coringa”)
Se você sentiu um calafrio hoje de manhã, pode ter sido o frio do Zenit chegando… ou a confirmação de que Gerson está mesmo deixando o Flamengo. De novo. Pela segunda vez. Porque uma ida só pra Rússia parece que não bastou.
📉 A perda técnica (e não é exagero)
Gerson, o “Coringa” que já brilhou em várias posições e carregava o meio de campo com pulmão de maratonista e técnica de camisa 10, era uma peça fundamental na engrenagem rubro-negra. Não era só um jogador — era um termômetro emocional em campo. Um daqueles que, quando jogava bem, fazia o time inteiro parecer mais fluido, mais inteligente… e até mais bonito.
⚽ Números recentes (2024–2025):
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Partidas (2024): 49
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Gols: 6
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Assistências: 7
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Partidas (até junho de 2025): 22
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Gols: 3
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Assistências: 2
Não são números de artilheiro — mas é aí que mora o ponto: Gerson entregava mais do que estatística. Ele ligava defesa e ataque, fazia pressão alta com inteligência, ajudava na construção e ainda achava tempo pra dar esporro em quem precisava. Era quase um técnico disfarçado de jogador. Com cabelo estiloso.
🔁 Repor? Boa sorte com isso.
A reposição à altura não é simples. Não existe um Gerson na prateleira do mercado nacional. E não, não adianta procurar no DM da base ou nos filtros do FIFA 24. Jogadores com esse nível de versatilidade, bagagem e liderança custam caro — e talvez nem estejam dispostos a vir pro Brasil, onde o real é mais fraco do que o nosso sistema defensivo em dia ruim.
💸 A real do futebol brasileiro
O Flamengo tem uma das maiores receitas da América do Sul — mas no jogo global, ainda somos coadjuvantes econômicos. Os clubes europeus (mesmo os russos!) têm estruturas financeiras alavancadas por estatais, conglomerados e petrodólares. O Zenit, por exemplo, nada de braçada em petróleo e gás natural — e com isso compra meio-campistas como quem compra pão na padaria.
Faz parte da realidade: vendemos porque precisamos vender.
🤝 O direito do jogador
É bom lembrar: Gerson também tem o direito de escolher seu futuro. Seja pela grana, por um novo desafio ou porque aprendeu a gostar de neve e vodka. Ele fez por merecer. Foi profissional, entregou em campo, e sai pela porta da frente (embora gelada).
🔴⚫ Mas Flamengo é maior que qualquer jogador
Gerson vai, mas o Flamengo permanece. Como foi com Zico, com Adriano, com Arrascaeta (opa, ainda não foi!), com tantos outros. Nenhum nome, por mais técnico ou carismático, está acima da instituição. O clube é maior. Sempre foi. Sempre será.
💰 E o que fazer com o dindim?
Que a diretoria:
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Use bem a grana da venda,
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Some com a premiação do Mundial,
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Fique de olho nas possíveis saídas de Wesley e Wallace Yan,
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E invista em nomes com retorno técnico imediato — e quem sabe, retorno financeiro no futuro.
Sem apostas malucas, sem efeito “Michael 2.0” (com todo respeito), e nem Cebolinha 1.0, mas com foco em quem chega pra jogar e não pra aparecer no Instagram com tatuagem nova e stories de churrasco.
❄️ Boa sorte no frio, Coringa
A gente agradece o que você fez aqui. Os títulos. Os dribles. A raça. O grito. A cara fechada. Vai com Deus (e com cachecol), porque lá o frio não é psicológico.
E a vida segue.
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